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quinta-feira, 18 de julho de 2013

‘O filho pródigo’: parábola bíblica vai parar no cinema

Um jovem chamado João que abandona a família no interior para se aventurar na metrópole. Qualquer rodoviária tem um exemplo desta história. Mas o que pouca gente se lembra é que este é o argumento da parábola bíblica O Filho Pródigo, que promete chegar ao cinema brasileiro em 2014 em versão pop e contemporânea.
O responsável por esta empreitada é Pedro Lucínio, cineasta paulistano de 44 anos radicado em São José do Rio Preto, no interior paulista. Ele faz seu primeiro longa-metragem. O nome do filme é Pródigo, rodado desde o começo do mês de julho na cidade de Tabapuã (SP).
O R7 visitou o set montado na Fazenda Água Milagrosa, local no qual está a equipe de 20 profissionais. Entre uma tomada e outra, o diretor fala que escreveu o projeto em 2008, mas só agora consegue concretizá-lo.
Lucínio conversa com Yuri Macri, que estreia nas telonas como protagonista da obra, João
O diretor Lucínio conversa com Yuri Macri, que estreia nas telonas como protagonista da obra, João
“A parábola do filho pródigo é uma história fantástica e atual. Tem uma temática cristã, mas também contemporânea”.
O cinema brasileiro já viu a chegada de filmes voltados ao público espírita com fartas bilheterias. Lucínio aponta seu filme para o filão cristão. “Existe um nicho para a temática religiosa no cinema. Mas meu filme não é só para evangélico. Porque até um ateu conhece a parábola do filho pródigo. É uma obra universal”.
O diretor reforça que seu longa não é pregação e diz que, se este fosse o objetivo, “colocaria uma câmera em um culto” e afirma: “O que faço é cinema”.
O longa-metragem conta com o incentivo do ProAC do Estado de São Paulo. Foi autorizada a captação de R$ 587 mil, mas o diretor só conseguiu metade deste valor e ainda busca novos patrocínios. Serão 60 dias de filmagens. Um dos primeiros apoios foi o da Prefeitura de Tabapuã, que ajudou com questões logísticas, como transporte e alimentação.
Equipe e elenco
Um dos destaques do elenco é o ator Gilberto Salvio, nome importante da história da TV e que atuou na série Vigilante Rodoviário, na extinta TV Tupi. Ele viverá um pastor evangélico
Um dos destaques do elenco é o ator Gilberto Salvio (no centro da foto), que viverá um pastor evangélico no longa
A equipe de Pródigo tem nomes experientes, como o responsável pelo som direto, Marcio Jacovani (do filme Ed Mort), o diretor de fotografia, Fábio Roger, vindo do mercado publicitário.
A figurinista Cibele Sampaio, que conta com assistência de Karen Bratfisch, revela que a mesma linguagem estará nas vestimentas, já que “a roupa começa colorida e vai ficando dark”. Quem assina a direção de arte é Isaac Ruy, que também integra o elenco na segunda fase do longa.
Se Lucíno conta com um time de experientes, também trabalha com estreantes, caso do protagonista Yuri Macri, 17 anos, que fará o personagem João. Como não é ator profissional – antes, ele cantava em igreja evangélica, o rapaz conta que teve aulas com o preparador de elenco Adriano Ferreira, também segundo assistente de direção.
O elenco ainda traz um nome internacional, o do argentino Juan Manuel Tellategui, ator experiente no cinema de sua terra, onde integrou o elenco de filmes como Pompeya, de Tamae Garateguy. O diretor diz que a chegada do nome ao elenco “foi um lindo presente”. “Juan é um ator fantástico e completo. Na primeira cena, mostrou domínio de seu personagem, o Z, o antagonista da história que vai levar o João para o mau caminho”.
Ronaldo Lampi (Diá), na pele de um misterioso palhaço, conversa com os irmãos interpretados por Yuri Macri (João) e Rafael Nardi (Daniel) em cena do filme
Ronaldo Lampi (Diá), na pele de um misterioso palhaço, conversa com os irmãos interpretados por Yuri Macri (João) e Rafael Nardi (Daniel) em cena do filme
Também faz parte do elenco um veterano da TV, Gilberto Salvio, como o Pastor Simão, amigo da família de João. O ator integrou o elenco da lendária série Vigilante Rodoviário e é um dos fundadores da TV no Brasil, na extinta Tupi.
Outros nomes são de atores e personagens: Gente como Rodney Magalhães, na pele do pai, Enoque, e Gloria Rabelo, como a avó moderna de João, Zulmira. Ainda há Rafael Nardi, que estreia nos cinemas como Daniel, o irmão mais velho de João e é chamado pelo diretor de “o galã do filme”.
Recrutados em grupos de teatro da região como a Associação Dell’arte e o Nena Catunda, o filme tem Edvaldo Vitorino, de Rio Preto, como o capataz Tião, e Fabíola Mello, de Catanduva, como sua esposa, Tereza.
Ainda há no elenco Ronaldo Lampi, como um palhaço misterioso, e Greta Antoine, que fez Estela em Rebelde (Record). Ela será Carmem, jovem pela qual João vai se apaixonar.
“Operando milagres” 
O filme ainda conta com participações especiais, como as dos músicos locais Juvenil Martins, Edivaldo de Atayde e Eduardo Higuti, convidados para tocar em uma cena de festa na fazenda. Atayde diz ao R7 que jamais pensaria em participar de um filme e define o feito como “um presente de Deus”.
Do céu ou não, quem organiza essa gente toda é a assistente de direção, Raquel Felipe. Ela conta que usa a “experiência de disciplina” aprendida no Japão, onde morou por 18 anos. A seu lado, o diretor Pedro Lucínio aproveita o momento de descontração e brinca. “Fazer este filme na raça é operar milagres!”.

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